Observação: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido (ou não) mera coincidência!

sábado, 30 de setembro de 2006

Somos felizes porque temos uns aos outros

“Não sei,
Comigo vai tudo azul
contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
da América do Sul
da América do Sul...
Não sei,
leia na minha camisa
Baby, baby, I love you...”

"É querer estar preso por vontade"

O que eu vi foi "O Segredo de Brokeback Mountain"
Não tinha visto no cinema.
Adoro histórias de amor, principalmente do amor difícil, que, como não é plenamente realizado, nunca sai da fase inicial de turbulência, da fase de "contentamento descontente". Esses são os amores eternos do cinema.
São assim os amores inesquecíveis da vida de muita gente. A maioria deles não resistiria ao convívio. Mas quem se importa? E sempre há aqueles que se transformam em tranqüilos amores duradouros. Mas essa é a fase após "viveram felizes para sempre". Essa não entra na história.

Deixo um soneto de Camões em homenagem aos amores de cinema.

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Ah, o título? Em determinado momento um dos personagens grita para o outro algo como "Por que eu não te deixo?"
Será que ele não sabe mesmo?

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Noite de sexta

DVD, pipoca
Home sweet home...
Friiiio, cobertor

Mães

Existe maravilha maior do que um filho?
Existe criatura mais bela, mais inteligente, mais surpreendente?
Existe cheiro melhor?
Existe maior orgulho? Maior certeza de que a vida tem sentido?
De que a vida tem motivo?
De que a vida vale a pena?
Existe felicidade maior?
Existe?

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

“Quando uma pessoa chora seu choro baixinho de lágrima a correr pelo cantinho do olhar ...“


Outro dia eu peguei um filme muito interessante: "Marie-Jo et ses deux amours". É a história de uma mulher que ama dois homens. Uma situação em que ninguém quer entrar e de onde ninguém consegue sair sem dor.
Não é uma história comum, uma história de traição, é uma pungente e bela história de amor onde a felicidade e a dor caminham de mãos dadas, onde não existe felicidade duradoura possível.

Lembrei de "Angie" de Jagger e Richards, pois mostra o sofrimento causado pelos amores sem futuro!
"All the dreams we held so close seemed to go up in smoke
Let me whisper in your ear:
Angie, Angie, where will it lead us from here?
Oh Angie, don't you weep, all your kisses still taste sweet
I hate that sadness in your eyes
But Angie, Angie, ain't it time we said good-bye?
Angie, Angie, they can´t say we never tried."

Como diz Gil, em chororô
"Não se pode duvidar
Da razão daquela dor
Não se pode atrapalhar
Sentindo seja o que for”

"A noiva do cowboy"

Sempre gostei de sonhar!
Quando era pequena ficava passeando pelo jardim inventando histórias e diferentes finais para os acontecimentos diários, finais que eu mudava quantas vezes achasse interessante. Isso era tão divertido quanto brincar com outras crianças e eu passava muito tempo assim.
Ainda gosto de fazer isso. Naqueles momentos antes de dormir, com a luz apagada e tudo em silêncio, ou simplesmente durante o dia, quando estou “de bobeira”. Penso em um momento qualquer da minha vida, escolho um ponto e começo a modificar as coisas. Pequenos acontecimentos, como uma conversa ou um encontro casual se prestam muito bem a isso. Por vezes posso passar dias desenrolando uma pequena história. E elas são sempre muito emocionantes! Não se prestam para o papel, pois são tão maleáveis, mudam tanto, em vários pontos! Não dá para congelá-las! (Fico pensando se os escritores não têm pena de colocar as suas histórias no papel e aprisioná-las a uma forma. Talvez o papel dos leitores seja justamente esse, devolver a maleabilidade às histórias...)
Assim, sonhando acordada, desenvolvi alguns planos que acabaram se realizando, obviamente com rumos próprios, diferentes dos sonhados.
Preciso me lembrar de sonhar e fazer planos até o fim da vida! Talvez essa seja uma das coisas que nos mantém jovens até o fim.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

"Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada"

Alguém me disse ontem a respeito de outra pessoa: “fulana parou no acostamento e está esperando há mais de um ano ...”
Isso me lembra Carolina, do Chico:
...Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...
De vez em quando a gente faz isso, não é mesmo? Para no acostamento. Ou então segue em uma direção teimosamente, sem jamais chegar aonde quer, como em “A Seta e o Alvo” de Paulo Moska:
... Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera...
Há que se ter cuidado e atenção na vida, pra perceber o momento de esperar e o de ir em frente, o de perseverar e o de mudar o rumo. Pra se perceber que uma coisa, por mais que se pareça muitíssimo com o que se quer, não é necessariamente o que se quer. Ou, mais importante ainda, pare saber o que se quer!

terça-feira, 26 de setembro de 2006

"A geleira azul da solidão"

Nunca sonhei amar o que não pudesse ser profundamente afetado por mim
Não, esse sonho não é meu
Só caiu aqui
Não é meu sonho...

Memória olfativa


Todo mundo sabe o que é memória olfativa, também conhecida como “Síndrome de Proust”. A gente sente um cheiro e de repente voltam várias lembranças a ele relacionadas, lembranças que por vezes estavam enterradas há muito tempo. Lembranças que a gente nem sabia mais que tinha. Boas ou ruins.
Mas pode acontecer o contrário. As vezes um acontecimento ou um lugar me lembra um cheiro. Já me ocorreu de passar por um lugar e lembrar do aroma de uma flor que existia lá, mesmo que a planta em questão não estivesse florida!
Outra coisa curiosa é quando um cheiro “pega”. É assim, você sente um cheiro e continua sentindo mesmo após ter se distanciado da sua fonte o suficiente para que nenhuma molécula de aroma a ele relacionada possa estar presente.
Em qualquer que seja o caso, porém, os cheiros estão associados a uma infinidade de emoções.
Deve ser pobre uma vida sem cheiros!

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

O momento certo

Uma das coisas mais importantes para ser feliz é saber detectar o momento certo. Aquele que vai fazer toda a diferença em uma mudança. Aquele que vai determinar se ela vai ser extremamente benéfica ou completamente catastrófica.
Algumas vezes na vida passei pela angústia de ter de decidir o momento exato, para não passar daquele ponto em que não escolher passa a ser uma escolha. Aquele ponto em que não dá mais para voltar, o ponto em que a vida decide por você. Outras vezes, porém, não temos influência na decisão. Aí, não importa se para nós era o momento certo, dependemos também do tempo de outras pessoas. E as pessoas nem sempre estão sincronizadas.
Sinto que isso se torna mais difícil com o amadurecimento. Talvez a memória não esteja muito clara, mas me parece que escolher era mais fácil antigamente. Quando se é muito jovem e se tem muito tempo para errar e acertar e, além disso, não se tem muita clareza das implicações de cada escolha, é mais fácil decidir.
Talvez essa seja uma das grandes questões de um adulto maduro. Não apenas escolher, mas escolher no momento certo!

domingo, 24 de setembro de 2006

“Momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”


São tão curiosas as relações humanas, não?
Tenho muita curiosidade a respeito das relações que no começo assemelham-se a um reencontro. Você olha uma pessoa, tem aquela sensação de que a conhece de algum lugar e simplesmente não consegue mais ficar longe dela. Acontece poucas vezes na vida e é absolutamente perturbador!
Acreditamos tanto no nosso lado racional e, de repente...
Quando penso nisso lembro de uma uma cena do filme “West side story”, onde os protagonistas estão em uma festa mas não enxergam, nem ouvem, nada que não seja um ao outro.
Sim, os personagens são adolescentes.
E quando ocorre com adultos? Adultos jovens, maduros, idosos, adultos que sonham com isso e adultos que nunca acreditaram que isso seria possível?
O que faz com que uma pessoa se torne importante antes mesmo que você tenha tempo de conhecê-la direito?
E quando depois de conhecer a pessoa e seus defeitos (quem não tem?) ela continua exercendo um tipo de fascínio?
Assim começaram grandes histórias de amor ou de amizade.
Muito curiosas as relações humanas...

Crise dos quarenta?!?!

Muita coisa pra colocar no lugar.
O negócio é saber onde fica o tal lugar.
Antigamente era muito fácil, os planos estavam bem definidos. E como conversávamos sobre isso!
As coisas a serem construídas eram muito claras, com uma ordem muito bem definida (o vestibular, a faculdade, início da vida profissional, a formação da família...), embora alguns de nós tenhamos trocado um pouco a ordem.
E depois dos quarenta? Além da manutenção de tudo o que já foi feito, tem a demolição do que não funcionou, e aí novos esquemas precisam ser criados.
O engraçado é que não me lembro de termos conversado sobre isso ultimamente. Lembro de ter tocado nesse assunto com uma pessoa, que tem 50, que disse que agora só queria terminar de criar os filhos.
Não fiquei muito satisfeita!
Bom , mas como diria Drummond, esse domingo, esse café, botam a gente comovido como o diabo hehe...

sábado, 23 de setembro de 2006

Viva a Cicarelli

Eu vi o vídeo da Daniela Cicarelli com o namorado na praia.
Vi porque uma pessoa muito próxima a chamou de cachorra. Então fui conferir o que faz uma cachorra.
E pasmei!
Achava que uma cachorra era alguma coisa diferente. Mas não, é apenas uma mulher apaixonada, naquele início de namoro, quando o mundo se apaga diante da presença de determinada pessoa.
Uma cachorra é uma mulher em lua-de-mel, que esquece que está na praia, que esquece que tem gente em volta, que esquece que sempre vão existir os espíritos de porco que se ofendem com a felicidade alheia.
Uma cachorra é uma mulher em um raro momento inesquecível, diferente, especial.
Fiquei aliviada, afinal, eu também posso ser chamada de cachorra, e principalmente, porque só quem já amou sabe reconhecer uma cena de amor quando vê!
Os outros que gritem "socorro não estou sentindo nada"!