Observação: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido (ou não) mera coincidência!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Clara queria muito parar de pensar, não fosse o nada a alternativa. Quanto mais sua mente se aproximava do nada, mais os pensamentos se fixavam obsessivamente em palavras, significados, olhares, gestos. Estava exausta! Uma dessas tardes sem prazer, em que a mente fugia desesperadamente em círculos intermináveis. A mente de Clara mais que temia o nada, tinha terror. Mas nessa tarde encontrara um arrependimeto. Clara, que não lembrava de ter se arrependido até então, não podia mais fugir da verdade. Cometera um erro. Apenas um. Um, porém, que a atrasara anos - dez anos pra ser mais precisa - mas não uma década qualquer; dez anos importantes! Helena bem que tentou alertá-la na época, mas Clara que andava então com umas urgências, dessas urgências do desespero, não deu ouvidos a Helena, ou ao seu coração. Agora tinha um arrependimento. Por algum desses caminhos tortos, tão típicos de Clara, essa descoberta aliviou sua mente. Um arrependimento era bem mais que o nada. Assim, passou tranquila o que restava da tarde, e a noite a encontrou já quase feliz.