Observação: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido (ou não) mera coincidência!

sábado, 29 de março de 2008

A vida é boa!!!


Outro dia estava dirigindo, ouvindo Epitáfio, do Sérgio Britto e me dei conta de que sempre valorizei viver de de forma a não me arrepender na velhice, não me arrepender do que não tivesse vivido. Lembrei do que é importante para mim, do que tem de ficar na minha mente, do que sempre busquei... Voltando à música, o que tenho dificuldade é aceitar a vida como ela é, especialmente no que se refere à parte do “a cada um cabe alegrias e a tristeza que vier”- não estou falando de alegrias, é claro! Nessa mesma tarde tocou um sambinha no rádio e alguém bateu no vidro do carro. Quando virei a cabeça vi um catador de papel, uniformizado, carregando seu carrinho, sorrindo para mim com a boca desdentada e fazendo um sinal com a mão, sinal que estava aprovando a música que eu ouvia. Não pude deixar de pensar que a vida é boa ao sorrir de volta. Ao chegar em casa recebi a visita de três senhoras amadas, minha mãe, minha madrinha e minha sogra. Logo após uma amiga telefonou para dizer que havia finalmente conseguido trabalho. Essa amiga estava passando por dificuldades financeiras muito grandes.
Sim, a vida é boa, e se ainda não está tudo certo é porque ainda não chegou ao final de cada episódio, porque no final senhores, dá tudo certo!!!

domingo, 16 de março de 2008

Essa noite não

R... tentava me explicar que West Side Story é uma tragédia e Romeu e Julieta não. Estreou em São Paulo West Side Story. R... adora explicar e eu adoro ouvir. O diálogo se deu durante um filme chatíssimo do qual saímos no meio. Nem me lembro a última vez que deixei o cinema antes do final do filme. Adoro ir ao cinema, mas, como disse, o filme era chatíssimo e eu não estáva lá com espírito para concessões, afinal durante todo o tempo havia uma ausência.
Fiquei pensando em Betty Blue, 37º 2 le matin. Nada de chato, adoro esse filme. Lembro do personagem masculino dizendo que há muito procurava sentido para sua vida. A frase também esteve escrita em um cartão postal que morou por bastante tempo em um quadro de cortiça no meu quarto. Para ele o sentido veio na forma de uma mulher linda e doente.
Outro dia assisti gota dágua. Para Joana o sentido se perdeu, corrompido por mágoa e desejo de vingança. Motivos trágicos como diria meu amigo R...
Corta para um domingo de manhã fresco e chuvoso (esse roteiro é meu). Nossa heroína acorda e observa algumas das criaturas e coisas com as quais vem tentando dar sentido à existência. A casa está repleta delas. Cada uma cumpriu o seu papel por algum tempo.
Pelo menos é manhã e essa incorrigível mania de ter esperança costuma vir brincar nas manhãs.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Nem sempre moinhos de vento

Lembro de quando falava para J..., durante os seus dias difíceis, que ela não era aquela “inhazinha” que pensava. Que aquela não era a pessoa que eu tivera a oportunidade de conhecer quando, quase uma menina ainda, se jogou no mundo e sobreviveu. Talvez as palavras não tenham causado muito efeito na época, mas o fato é que a vida fez com que voltasse a mostrar a moça forte que era.

Pois chega a minha vez de lembrar. O problema de passarmos algum tempo confortavelmente protegidos é sermos tomados por uma preguiça enorme, uma vontade poderosa de ficarmos sentados à sombra lendo e comendo maçãs, enquanto alguém vigia o horizonte para afastar os predadores.

Infelizmente, ou felizmente, sei lá, a sentinela se foi e os meus joelhos enferrujados precisam movimentar-se. Pois que as maçãs dêem lugar às tintas de guerra e os livros às armas, e que os santos protetores das damas com frescura possam lembrar-me da mulher que se esconde nessa pobre e lamurienta mocinha abandonada.


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Ando precisando de sonhos...


sábado, 8 de março de 2008


Não adianta nem me abandonar
Nem ficar tão apaixonada
Que nada, não sabe nadar
E morre afogada por mim

(Gilberto Gil – Esotérico)

Um sorriso anda brincando em seu rosto! Não o tempo todo, porque o tempo não anda para brincadeiras.
Preciso de você, agora sei, tanto quanto você de mim. Palavra assustadora e mal interpretada essa: precisar. Mas, afinal, não é dessa matéria que o amor é feito? Da interdependência?

Quanta demora para que eu compreendesse essa palavra mágica, in-ter-de-pen-dên-cia. Houve um tempo em que não conhecia mais que dependência e penava com a possibilidade do abandono. Mais tarde acreditei na independência e sofri com a solidão...

Um sorriso anda brincando em meu rosto. Apesar de tantas mudanças, escolhas, inevitáveis perdas. Um sorriso e uma expressão de paz, apesar de tudo, porque o tempo não anda para brincadeiras....