Observação: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido (ou não) mera coincidência!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Olhos de vidro

Esperavam alguma reação extrema, excesso de algo, que gritasse, que rastejasse. Tinham receio de lhe falar, às vezes perguntavam se estava tudo bem, olhando meio de viés, preparados para inventar qualquer desculpa e pular fora rapidamente, mas não era necessário, porque ela... nada! Nada, assim, simples, só nada. Comia, trabalhava, dormia, conversava... a voz em um tom estranho, monocórdico, uma expressão de botox, o olhar de vidro. Um nada tão profundo, tão intenso, que prejudicava sua capacidade de compreensão. Não entendia, não via, não havia. O mundo fora de repente povoado por pessoas esquisitas, com expressões esquisitas, com reações esquisitas. Por que essa gente olha assim? Pergunta assim? Evita assim? Melhor nem...nada... sempre havia um filme qualquer numa sala qualquer, sempre uma noite, um dia pra amanhecer, um livro, um passo, uma estrada; sempre o tempo, e essa paz, esse conforto, esse sossego, o todo que só encontra quem esvazia.

Um comentário:

Flávio Antunes Soares disse...

Olá! Apreciei muito seus textos. Tomei a liberdade de colocar um link para o seu blog no meu. Espero que não se importe.