Quem lembra de “A vida é Bela, o filme italiano sobre um pai
que cria um mundo de fantasia para proteger os filho dos horrores de um campo
de concentração? É da década de 90, alguns de vocês não têm idade para terem assistido.
Ando pensando bastante nesse filme, e mesmo sem lembrar claramente dele, lembro
do que trata. Pretendo assistir novamente. De qualquer forma, tenho tentado, e
na maior parte do tempo conseguido, criar uma bolha de paz dentro dos horrores
que temos vivido no Brasil ultimamente. Digo no Brasil, porque aqui não lidamos
apenas com a pandemia, mas também com a ignorância de uns e a psicopatia de outros. Cá
no meu canto tenho vivido um dia de cada vez, tentando aceitar o que não posso
modificar, e agir com eficiência dentro do que posso, como na oração. De qualquer forma, com comida no fogão e ninguém invadindo minha casa para arrancar
meus amores daqui de dentro, fica mais fácil. Posso praticar a gentileza, a compreensão, a solidariedade, e manter a mente o mais tranquila possível! Infelizmente nem todos têm a mesma sorte.
Observação: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido (ou não) mera coincidência!
domingo, 24 de maio de 2020
domingo, 17 de maio de 2020
Tipo respirar
Hoje me mandaram um vídeo em que estávamos em um grupo de
amigos rindo e brincando despreocupados em uma viagem de férias. Foi há alguns
anos em uma lojinha fofa de cerâmica, onde se podia também sentar, tomar vinho
e comer queijos e outras coisinhas gostosas. Também recebi um vídeo que
mostrava um restaurante que criou pequenas cabines para que, quando o mundo
começar a voltar à normalidade, pessoas possam jantar sem risco de
contaminação. Ter assistido aos dois vídeos, um logo após o outro, me causou
uma certa angústia, por ter me levado a pensar ainda vai levar tempo até que
possamos novamente respirar sem medo. Respirar! Somos tão acostumados a transformar,
resolver, interferir, a achar que tudo que temos, tudo que somos está garantido,
e que o futuro da humanidade é uma questão de progressos e melhorias. Ainda que
o presente seja cheio de desigualdades, e a história cheia de retrocessos, gostamos
de pensar que é só uma questão de resolver. E definitivamente não gostamos de
pensar na nossa fragilidade, na vulnerabilidade dos nossos corpos, na velhice,
na morte. De repente vem um vídeo e joga na minha cara que nem respirar
despreocupadamente está garantido. Nem respirar! Chorei um bocado, pensei na vacina, e sentei pra
trabalhar um pouco, apesar de ser domingo, pra me distrair. Tem coisas em que a
gente não quer pensar, só quer fazer automaticamente. Tipo respirar!
segunda-feira, 11 de maio de 2020
Vamos de mãos dadas
Não quero escrever sobre o mal e sobre os equivocados que
não reconhecem o mal. Quero escrever sobre meus companheiros. Aqueles que, como
diria Drummond, nutrem grandes esperanças. Mas que não se satisfazem com
esperanças apenas. Que dão as mãos e militam pelo bem comum. Cada um com sua
causa, todas admiráveis. Tenho observado
meus companheiros nesta crise. Virando noites fazendo pesquisa, desfazendo
informações falsas, divulgando informações confiáveis, testando profissionais de
saúde, criando leitos, confeccionando EPIs, se esforçando para manter a
qualidade na educação à distância, arrecadando e distribuindo doações de alimentos,
de máscaras, de álcool, de arte, de alegria, de conforto. Se ocupando em
resolver problemas, minimizar danos. Muitos arriscando suas vidas em trabalhos
voluntários, quando poderiam ficar em casa. Não estou dizendo com isso
que as pessoas têm que sair de suas casas. Ficar em casa, usar máscara quando
não tiver opção de ficar, são atos de amor e cuidado. Atos de respeito pela
humanidade. Pela nossa espécie. Estou apenas enfatizando que meus companheiros
quando saem, não é para exigir que outros humanos arrisquem suas vidas. Meus
companheiros quando ficam e quando saem, é para ajudar, para proteger, para
brigar pelo que é comum à humanidade e ao planeta. Que sortuda eu!!!
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