Foi uma semana difícil, a passada. Não pelo distanciamento
social. Quem me conhece sabe que venho praticando desde sempre. Nem pelas
questões políticas. Quem me conhece sabe que não me surpreendem nem um
pouco. Não há nada que não tenha sido avisado, esperado, até causado afastamentos dolorosos associados a uma profunda perplexibilidade.
Mas são afastamentos temporários. O difícil da semana foi a internação de uma
pessoa muito querida. A internação de pessoas importantes por doenças que
oferecem risco de morte escancara a pequeneza dos problemas cotidianos. Tornam-se
de repente tão ínfimos, tão ordinários, que sequer conseguimos entender como e
porque aquilo algum dia nos tirou o sono. A internação de uma pessoa muito
importante nos joga na cara a urgência de aceitar e de entender que o outro é
especial exatamente daquele jeitinho, ainda que muitas vezes a convivência
possa ter tido conflitos. De repente, tudo o que queremos é dizer: -Seja quem e exatamente
como você é, apenas seja, e, enquanto for, estarei sorrindo porque você é aqui,
no mesmo planeta e tempo que eu, não importa se afastados no espaço. Uma grande
amiga comentou hoje aqui no face sobre a urgência de dizer “eu te amo”. Um amigo dela havia perdido a esposa. Quem tem
abrigo, alimento, pessoas para quem dizer “eu te amo”, e uma luz que reacende
todas as manhãs, apenas sorria e seja feliz. Quanto à pessoa de que falo, já
está em casa e melhorando. Vai continuar alegrando nossos corações. Temos
sorte. Outros não terão a mesma sorte que temos.
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