Observação: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido (ou não) mera coincidência!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Deu-se que a disposição dos móveis estava toda trocada. Em frente à cama havia o armário, com aquelas portas brancas, tudo branco até o teto. O computador, em cujo monitor se podia ver filmes, estava ao lado, junto a outra parede branca. A janela, até agradável, pois dava para uma varanda com arbusto e até ninho de passarinho, estava coberta por uma cortina branca. A única parede colorida, verde, estava na cabeceira da cama, não podia ser vista e ainda por cima não continha quadros, nenhum quadro. Tudo isso e um cheiro antigo de cigarro que se tornava insuportável com o ar condicionado ligado. O resultado de tanto engano foi a crise de claustrofobia só resolvida com muitos minutos em frente ao mar.
Na sala não, a janela ampla ficava aberta e podia-se sentar no chão, recostada em almofadas e assistir a um filme abraçada no bichinho, aparentemente um caranguejo de malha fria e recheado de bolinhas de algo que podia ser silicone. Na sala estava tudo certo, ali se podia ficar em paz, respirar, sorrir, cochilar. E havia ainda prateleiras com livros e com DVDs. Ali na sala estava tudo certo, ali se podia passar algumas horas agradáveis, pelo menos até que se resolvesse ir para o quarto, então era, definitivamente, hora de ir embora.

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