Observação: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido (ou não) mera coincidência!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Brincadeira (muito) séria

Foto: www.amcostarica.com/crocodile011005.jpg


Esse bicho vai acabar me mordendo, pensava enquanto olhava a cauda enorme, a agilidade para subir e descer (estranho, nunca havia imaginado crocodilos subindo e descendo por mesas e cadeiras) e, o mais assustador , os destes imensos (N... repetiu a brincadeira sobre não saber como esse cara ainda tem dentes, sendo assim, abusado - deliciosamente abusado, complementaria eu, se não me houvesse faltado coragem para emitir sons).

Fico me perguntando se é possível temer o que tanto se quer, e, que de tanto querer, foi cuidadosamente alimentado desde que cabia em uma caixa de sapatos. O selvagem é assim, belo, passível de amor, admiração e temor, justamente por ser livre na essência. Como creio que só os pares podem amar o selvagem, e que o livre não tem porque temer o livre, dou por encerrada a questão.

Você simplifica tudo, disse, e eu pensei que nada é mais simples que amar, enquanto se ama.

6 comentários:

david santos disse...

Fantástico, Eliane.
A foto, só por si já é um grande post.
Mas o texto está muito bem trabalhado e conjugado. Com a foto, claro.
Parabéns.

Marcia. disse...

E possivel temer oque se quer, acho que e o medo de perder. Nao se pode perder oque nao se tem nao e mesmo?

Tambem fui acusade de simplificar tudo, mais na verdade tudo e muito simples. So que simples demais tambem da medo.

Bjs.

Anônimo disse...

"Nada é mais simples que amar, enquanto se ama": perfeito!


/// Abraços, flores, estrelas e saltos profundos..

Lidiane disse...

Concordo com o Edson.
A frase final é perfeita.

Beijos, Eli.

Rossana disse...

Eu já devo confessar não ter entendido quase nada mas...

Beijos querida

Joyce Rocha disse...

Bem, eu como sempre paixão e perigo, aprendi com a aspereza insalubre do cotidiano que não tem nada pior do que a domesticação do amor. Mesmo o mais terno dos amores precisa ter a selvageria de uma boa e velha paixão. Gosto do perigo de estar apaixonada, ser abocanhada pelos ferozes dentes das loucuras de uma paixão.
Mesmo que duradoura (casamentos de anos, amantes de anos, amizades coloridas de anos)o importante é que seja "alimentada desde que cabia em uma caixa de sapatos"; nesse caso a felicidade é certa, mesmo que atabalhoada na ventania dos apaixonados.
Já o amor domesticado... ele sim pode nos devorar irreparavelmente, só que por dentro. E quando vemos, somos de novo um animal selvagem movido por um novo risco, e o amor perde seu lugar...