Olhando o rosto bonito, o olhar felino, a boca
de convite, percebi o quanto foi antes. Antes, quando havia promessas por todos
os lados, quando ainda não havia chegado o amor. Poderia ter amado seu rosto, seu corpo, o andar de tigre, as
palavras, principalmente as belas palavras ditas pela voz doce, ditas
vagarosamente, por vezes sussurradas, a língua que teimava em aparecer, ou então as palavras escritas, as cartas cheias de reticências... como me davam prazer suas cartas, então. A inteligência poderosa, tudo sedução, tudo
convite. Sim, poderia tê-lo amado, mas foi antes, quando ainda havia a busca, e as promessas. É tarde, já não é possível. O passado foi antes.
"Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta". (Luis de Camões)
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